𝐌𝐎𝐑𝐑𝐄 𝐃𝐈𝐋𝐎𝐍 𝐃𝐉𝐈𝐍𝐃𝐉𝐈 𝐀𝐎𝐒 𝟗𝟕 𝐀𝐍𝐎𝐒 𝐃𝐄 𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄
Dilon morreu na madrugada desta quarta-feira, por volta das 1 hora, em sua casa, no distrito de Marracuene, provincia de Maputo, vitima de doença. Aos 97 anos, Dilon vinha lutando com uma doença que recentemente obrigou a um intermento no Hospital Central de Maputo.
Músico moçambicano, nascido a 14 de agosto de 1927, em Marracuene, a cerca de 30 km a norte de Maputo, em Moçambique.
Manifestando desde cedo gosto pela música, construiu, aos 12 anos, a sua própria guitarra, com apenas três cordas, a partir de uma lata de óleo. Três anos depois, teve a sua primeira guitarra e com ela começou a tocar em casamentos e em festas particulares.
Nessa altura, tocava os populares estilos musicais zukuta e mágica.
Em 1945, após a conclusão dos estudos secundários, frequentou um curso de estudos bíblicos da missão suíça, no Seminário Ricalta, uma instituição ecuménica dos arredores de Maputo. Em 1947, tendo concluído aquele curso, foi exercer as funções de pastor na ilha Mariana (atual ilha Josina Machel, província de Maputo). Nessa ilha, iniciou-se nos recentes ritmos da marrabenta, um estilo musical urbano típico do sul de Moçambique. O seu espírito e energia contribuíram para popularizar esse novo estilo musical. Em 1950, para ganhar algum dinheiro, foi trabalhar como mineiro para a África do Sul e, em 1954, regressando a Moçambique, foi trabalhador numa cooperativa agrícola.
Em 1960, criou o seu próprio grupo de música, Estrela de Marracuene, em 1964, atuou pela primeira vez na rádio, na estação Voz Africana, e gravou o seu primeiro álbum, Xiguindlana, em 1973, através da casa discográfica Produções 1001, na qual trabalhou como coordenador de produção. Em 1994, ganhou o N’goma-Moçambique, um concurso da Rádio Moçambique, na categoria de canção mais popular, com a música Juro Palavra d’Honra, Sinceramente Vou Morrer Assim, através da qual exprime as dificuldades em viver em Moçambique.
A partir de 2001, lançou a sua carreira, a nível internacional, como membro do grupo Mabulu. Naquele ano, atuou pela primeira vez fora de Moçambique e demonstrou, apesar dos seus 74 anos, uma inesgotável energia e uma grande agilidade para a dança. Em 2002, gravou o seu primeiro trabalho internacional, a solo, num cd intitulado Dilon, no qual a marrabenta é apresentada de forma mais acústica e minimalista.
O seu reportório é constituído por canções sobre o amor e as relações humanas, como “Maria Teresa”, “Angelina”, “Achiltanwana”, “Maria Rosa”, “Hilwe-Wa Santi”, canções sobre Moçambique, das quais se destaca “Sofala”, “Marracuene”, canções sobre os problemas que afetam a sociedade do seu país, entre muitas outras. O seu trabalho musical tem influenciado vários artistas, tais como Alexandre Jafete, Eusebio Johan Tamele, Francisco Mahecuane e Alberto Langa.