Última hora: João Palhinha perseguido
O camisola 6 revoltou-se com o amarelo mostrado por Vítor Ferreira. Em Alvalade teme-se que exista uma retaliação
Palhinha completou diante do Paços de Ferreira uma série de cinco cartões amarelos na Liga, e não escondeu a indignação logo no momento em que o árbitro Vítor Ferreira o penalizou pois sabia que estava automaticamente suspenso. Mais tarde quando foi substituído, já no banco, o médio prolongou a revolta pois, sabe Record, tem sentido ao longo da época que existe uma dualidade no julgamento dos lances de que é protagonista.
O internacional português, de 26 anos, joga numa posição mais propícia ao contacto físico, e uma das suas características é nunca se furtar aos duelos. As faltas são inevitáveis mas tanto o jogador como o próprio clube, segundo Record apurou, entendem que as mesmas têm sido mal sancionadas, sem critério ou com rigor excessivo. Facto é que, assim que é amarelado, o camisola 6 fica condicionado e baixa os níveis de intensidade e agressividade. Foi este sentimento que o levou a reagir de forma emotiva no banco, quando foi rendido por Ugarte, no domingo. A catarse foi provocada pelo cartão que vai afastá-lo do jogo em Tondela, numa altura em que o internacional português tentava reconquistar um lugar no onze, face à concorrência crescente do uruguaio.
Guerra de tribunais
Estes receios do jogador são comungados pelos responsáveis leoninos que temem que Palhinha e o Sporting estejam a pagar o preço da ‘guerra’ que travaram na época passada, por causa do amarelo mal exibido no Estádio do Bessa por Fábio Veríssimo, que, posteriormente, admitiu o erro.
Após uma série de ações judiciais, no passado dia 16 de fevereiro, o Supremo Tribunal Administrativo (STA) confirmou que o Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) era incompetente para apreciar o recurso interposto pelos leões. Recorde-se que o presidente do Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) deferiu uma medida cautelar, resultante do referido recurso para o TAD, que permitiu que Palhinha fosse utilizado no dérbi com o Benfica, a 1 de fevereiro de 2021. Apesar do STA ter considerado o TAD incompetente, o Conselho de Disciplina anunciou que o castigo por esse cartão ficou sem “sentido útil”, pelo que já não poderia ser aplicado .
SAD já decidiu que não irá recorrer
Ao contrário do que sucedeu no ano passado, sabe Record, a SAD já decidiu que não vai avançar com um recurso procurando anular o quinto amarelo mostrado a Palhinha. Em Alvalade ninguém tem dúvidas de que o árbitro Vítor Ferreira errou, mas também se sabe que a política do Conselho de Disciplina tem obedecido ao field of play doctrine. Aliás, a decisão recente do Supremo Tribunal Administrativo relativa ao TAD veio praticamente esvaziar a possibilidade de recurso.
Especialistas apontam erros
Jorge Faustino e Marco Ferreira, os dois árbitros Record, foram unânimes ao considerarem que Vítor Ferreira errou na amostragem do quinto amarelo a Palhinha, no jogo com o Paços de Ferreira, no domingo. Aliás, pela análises que ambos produziram para o nosso jornal, nas jornadas anteriores da Liga, é possível concluir que também se terá verificado algum excesso de zelo nos restantes cartões da sequência que afasta o médio do encontro em Tondela. Aliás, sobre um amarelo bem exibido nesta série, os dois especialistas só estão de acordo com a decisão de António Nobre, na 1.ª jornada [ver infografia]. Nesse lance, o camisola 6 dos leões entrou de forma dura sobre Raphael Guzzo. Na ronda 4, com o Famalicão, há unanimidade mas em sentido contrário ao de Fábio Veríssimo. No final desse jogo, Rúben Amorim disse que Palhinha via amarelos “com muita facilidade”. O terceiro amarelo surgiu na receção ao Moreirense e aqui as posições de Jorge Faustino e Marco Ferreira divergem. Curiosamente, na quarta cartolina, em Vizela, Faustino volta a chumbar Fábio Veríssimo… ao contrário de Marco.