A análise de Duarte Gomes aos lances mais polémicos do Sporting – Casa Pia
Trabalho positivo de Hélder Malheiro em jogo com sete cartões amarelos. Penálti: questão de interpretação (intensidade do contacto) – É justo aceitar como acertada a avaliação

Hélder Malheiro viajou até Rio Maior, onde dirigiu o Casa Pia-Sporting. O escalabitano Hélder Carvalho foi o VAR. Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:
6’ A primeira advertência da partida foi para Gonçalo Inácio, por infração cometida sobre Livolant. O árbitro lisboeta considerou que o central abriu o braço esquerdo, atingindo a cara do francês apenas para o afastar da jogada. Viu bem. Decisão acertada.
12′ Golo inaugural no Municipal de Rio Maior e para a equipa visitante: Gonçalo Inácio finalizou após assistência de Geovany Quenda. Lance bem validado.
28′ Decisão correta do árbitro ao exibir cartão amarelo a Pablo Roberto, na sequência de entrada negligente às pernas de Francisco Trincão. A ação disciplinar foi exercida após a aplicação bem sucedida da vantagem.
30′ Queda da Viktor Gyokeres em lance com José Fonte, na área do Casa Pia. O central da equipa da casa encostou o ombro direito nas costas do adversário, promovendo contacto físico de risco elevado. A atenuante foi o facto de Fonte ter cabeceado a bola por força dessa ação. Lance de interpretação (o da tal intensidade das cargas), em que é aceitável a leitura feita pela dupla árbitro/VAR.
34′ Segundo golo do Sporting, da autoria de Gyokeres, a passe de Hjulmand. Lance legal.
37′ Matheus Reis abriu o braço direito para proteger a sua posse de bola, tocando no pescoço de Larrazabal, que tentava a disputa. A infração existiu, mas foi apenas imprudente. O jogador espanhol ficou com as duas mãos agarradas ao rosto, parte do corpo que nunca foi atingida.
45′ Golo do Casa Pia, com análise técnica a dois momentos: primeiro João Goulart ganhou a posse de bola nas costas de Quenda mas sem cometer infração sobre o seu adversário; depois, Ricardo Esgaio introduziu inadvertidamente a bola na sua baliza estando sob pressão de Miguel Sousa, mas sem que o avançado o carregasse ou tocasse/jogasse a bola com o braço. Lance bem validado.
48′ Neste caso sim, Tchamba (tal como Gonçalo Inácio na etapa inicial) atingiu o rosto do adversário com a mão, fruto de gesto francamente antidesportivo. Amarelo bem exibido.
55′ Esboçou-se pedido de penálti na área dos visitantes, mas sem razão: um conjunto de ressaltos levou a bola a bater no peito (e não braço) de Hjulmand. Tudo certo.
56′ Hjulmand foi advertido com justiça na sequência de entrada muito negligente às pernas de Tchamba. Indiscutível.
62′ Diomande terá demorado tempo excessivo a repor a bola em jogo, razão que levou Hélder Malheiro a mostrar-lhe o cartão amarelo. Foi correta a análise.
68′ Muito discutível o fora de jogo assinalado a Larrazabal, à direita do ataque da sua equipa. O atacante espanhol arrancou muito em cima do árbitro assistente, o que dificulta sempre a avaliação, por reduzir o ângulo de análise. Lance muito complicado a olho nu.
73′ Tchamba quis pontapear a bola, mas Trincão foi mais rápido e antecipou-se. O defesa camaronês acabou por atingir a perna esquerda do adversário, em infração que árbitro e VAR consideram suficientes para o pontapé de penálti. De novo, uma questão de interpretação (neste caso, da intensidade do contacto). É justo aceitar como acertada essa avaliação.
79′ Tchamba tirou a bola in extremis, mas sem que esta chegasse sequer a tocar na sua linha de baliza. Nunca houve golo.
90′ Amarelo bem mostrado a Rafael Brito por agarrar Geny Catamo, impedindo saída prometedora do moçambicano.
90+1′ Bola tirada a Gyokeres por Livolant, em intervenção legal na área do Casa Pia. A queda do avançado sueco não foi decorrente desse corte.
90+2′ Amarelo bem mostrado a Svensson, por protestar de forma visível com o árbitro assistente.