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Torres Couto tetraplégico após grave acidente na autoestrada: “O maior combate da minha vida”

O país foi surpreendido com a notícia de que Torres Couto, antigo secretário-geral da UGT e ex-deputado do Partido Socialista, ficou tetraplégico na sequência de um acidente rodoviário ocorrido há cerca de duas semanas. O histórico dirigente sindical, de 78 anos, relatou o dramático episódio em entrevista à CNN Portugal, descrevendo o momento em que a sua vida mudou para sempre.

“Ia na faixa do meio da autoestrada e de repente começou a chover bastante. Quem conduzia era a minha mulher. Nesse momento, um carro entrou em despiste e bateu na nossa traseira”, começou por contar. O veículo onde seguiam rodopiou cerca de 300 metros antes de embater violentamente noutro automóvel. “Logo no momento em que batemos senti que foi o cinto de segurança que me prendeu e fiquei logo tetraplégico”, explicou, sublinhando que, apesar de tudo, o cinto lhe salvou a vida.

O antigo dirigente confessou ainda que pensou que a mulher tivesse morrido no acidente. “Fiquei sem sensibilidade do pescoço para baixo. Quando a vi fora do carro, respirei de alívio. Felizmente, ela sobreviveu sem ferimentos graves.” Com voz emocionada, descreveu o sofrimento vivido nos minutos e dias seguintes: “As dores são descomunais. É como receber 300 ou 400 choques elétricos a cada instante. É uma coisa horrível, horrível, horrível.”

Agora, internado e em processo de reabilitação, Torres Couto afirma que trava “o maior combate da vida”. “Ao princípio, a minha vontade era morrer. Mas faço tudo o que me pedem para melhorar os meus movimentos, com lágrimas, dor, e com a minha família ao meu lado, que está desesperada com a situação”, revelou.

Antes de terminar, o histórico sindicalista deixou um alerta duro sobre a condução em Portugal. “Os portugueses são o único povo da Europa que conduzem da mesma maneira, com muita chuva ou com muito sol. E isso é uma das grandes causas dos acidentes. A segunda são os telemóveis. O Governo tem de fazer uma campanha mais agressiva e garantir uma vigilância implacável ao uso dos telemóveis na condução”, concluiu.

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