Teresa Caeiro foi vítima não reconhecida de violência doméstica”, denuncia amigo próximo
Relação tóxica muda a vida de Teresa Caeiro

A morte trágica de Teresa Caeiro continua a provocar dor profunda entre familiares e amigos. Apesar do luto, uma voz próxima decidiu prestar não apenas uma homenagem, mas também levantar um alerta sobre o que considera ser a verdadeira dimensão da tragédia.
Segundo este testemunho, Teresa viveu uma relação tóxica que deixou marcas visíveis na sua saúde e no seu estado de espírito. “A Teresa é uma vítima não contabilizada de violência doméstica em Portugal”, afirmou, acrescentando que esta realidade não pode ser abafada por uma “narrativa socialmente mais conveniente”.
O relato recorda que todas as pessoas mais próximas tinham conhecimento do sofrimento da antiga deputada. Para o amigo, este é um caso que expõe um problema estrutural do país: a violência doméstica como epidemia ainda longe de ser erradicada.
“Não é um flagelo exclusivo de famílias pobres e desestruturadas. Da casa mais humilde ao endereço mais luxuoso abundam histórias de horror escondidas por quatro paredes”, destacou.
Apesar dos avanços legais, como a classificação da violência doméstica enquanto crime público, o testemunho denuncia a persistência de uma cultura de tolerância enraizada na sociedade portuguesa. “Ainda prevalece o velho ditado: ‘Entre marido e mulher, não metas a colher’.”
O autor do desabafo admite ter ficado com remorsos, por ter desaconselhado Teresa a avançar com um processo que ponderava instaurar. Sublinha, contudo, que a sua intervenção não se trata de vingança nem de busca de protagonismo, mas de um imperativo ético.
“Acredito que o jornalista tem o dever de dar notícias, não de ser protagonista delas. Mas estou de consciência tranquila. O bom-nome e a reputação são os bens mais preciosos que tenho e não admito que ninguém coloque isso em causa.”
Este testemunho reacende o debate sobre a forma como Portugal encara a violência doméstica e as suas vítimas, num país onde, segundo recorda, até há poucas décadas um homem podia matar a mulher em caso de adultério sem enfrentar consequências penais.








