Jorge Jesus tem tido muito em que pensar nos últimos dias, às voltas com o dilema que enfrenta para o jogo de sábado nos Açores com o Santa Clara, perante o contexto dos regressos tardios de Nicolás Otamendi e Lucas Veríssimo das respetivas seleções.
Os defesas-centrais argentino e brasileiro atuam na madrugada de sexta-feira em jogos de qualificação para o Mundial do próximo ano, com os campeões da América a defrontarem a Bolívia em Buenos Aires, jogo com apito inicial à meia-noite e meia, hora portuguesa, e com o Brasil a entrar em campo uma hora depois, diante do Peru, na Arena Pernambuco.
Se no caso de Otamendi o regresso a Portugal ainda acontecerá na sexta-feira, já Lucas Veríssimo só estará de volta a território nacional na madrugada de sábado, isto com o jogo nos Açores aprazado para as 17 horas (18 em território continental) e, depois do regresso a Lisboa, com os dois jogadores ainda a terem de voar para São Miguel. Pelo que a dúvida é mais do que legítima: terão condições para aguentarem o desgaste da travessia do Atlântico e depois a ida quase a contrarrelógio para os Açores para serem utilizados por Jorge Jesus?
Para mais, logo a seguir há deslocação a Kiev para a estreia na fase de grupos da Liga dos Campeões, sabendo-se já que Lucas Veríssimo não poderá ser opção por ter de cumprir jogo de castigo na sequência da expulsão no jogo com o PSV em Eindhoven. Contexto que não o afasta completamente do jogo de sábado. Mas há que ter em conta, também, a necessidade de ter de recuperar do esforço do jogo com o Peru, no qual, de resto, tem a titularidade garantida. Isto porque Marquinhos, defesa/médio do PSG, tinha de cumprir jogo de castigo com a Argentina, mas a suspensão do jogo e o imbróglio criados, ainda por resolver, levaram a Confederação Brasileira de Futebol a não correr riscos e a não considerar o jogador para a partida com o Peru, na qual Marquinhos, que entretanto já foi dispensado do escrete, cumprirá o castigo que devia ter cumprido diante da Argentina, deixando assim via aberta para a estreia (em condições…) de Lucas Veríssimo.
Problema central numa altura em que no eixo defensivo tem estado, também, a virtude deste início de época positivo. Basta recordar, aliás, que em termos defensivos, no que diz respeito ao campeonato, este é o segundo melhor arranque das águias e também sob o comando de Jorge Jesus, com apenas dois golos sofridos ao cabo das primeiras quatro jornadas. Equilíbrio defensivo que Jorge Jesus quer manter apesar das dúvidas que ainda tem.